Sul trava batalha do carvão para criar novo polo de gás

No momento em que a atenção se volta para as queimadas e a exploração mineral no Norte do país, ganha corpo um plano para criar ao Sul um polo de geração de gás a partir da exploração da maior mina de carvão mineral a céu aberto do Brasil.

O projeto estimula empresas do setor, gera polêmicas em audiências públicas e protestos de ambientalistas no Rio Grande do Sul.

A Copelmi, maior mineradora privada de carvão do Brasil, tenta obter licenciamento ambiental para instalar a Mina Guaíba, projeto que prevê a extração de uma reserva mineral estimada de 166 milhões de toneladas de carvão bruto, a menos de 20 quilômetros do centro de Porto Alegre. O pedido solicita a exploração por 23 anos. 

O investimento pode chegar a mais de US$ 4 bilhões e inclui a instalação de polo carboquímico na área. Aberta a mina, termelétricas e indústrias de gaseificação poderiam se estabelecer no local para gerar energia e gás natural a partir do carvão.

O uso do gás mobiliza o ministro da Economia, Paulo Guedes, e tende a receber apoio de políticas federais. Para o Rio Grande do Sul, o projeto reduziria a dependência do gás da Bolívia e atrairia investimentos. Focada no polo, a Copelmi já assinou protocolo de intenção com a americana Air Products. Outras empresas já demonstraram interesse nos recursos do estado.
Leia mais (09/07/2019 – 17h10)