E se?
Lá pelo fim da festa, no meio de mais um papo deprimente e idêntico a tantos outros que venho tendo nos últimos meses, cujo título poderia ser “como-diabos-o-Brasil-degringolou-desse-jeito-e-agora-meu-Deus-será-que-algum-dia-a-gente-sai-do-atoleiro?!”, o amigo historiador põe a mão no meu ombro e confessa, menos influenciado por Hegel, acho, do que por merlot: “Cara, a verdade é que a história não tem sentido nenhum. A gente fica lendo, tabulando, analisando, tentando achar as forças por trás dos acontecimentos, mas é tudo uma bagunça, é um monte de bola de sinuca batendo num monte de bola de sinuca. Um fala que a bola vermelha foi pra caçapa do meio porque foi desviada pela bola azul, aí o outro fala que a azul só desviou a vermelha porque a preta bateu na azul antes, mas na real é tudo zoado e sem lógica e basta tirar uma bola ou colocar outra bola ou mudar a inclinação da mesa ou a direção do vento e o resultado é outro. Visigodos… Arquiduque Ferdinando… Hitler sendo recusado na Academia de Belas Artes de Viena…
A flora intestinal do Tancredo… A facada no Bolsonaro… Uma única bola que vem do nada e pá! Muda tudo”.
Leia mais (03/31/2019 – 02h00)