Artistas brasileiros tentam decifrar brilho de Dubai em feira do Oriente Médio

Um vendaval, desses que causam as tempestades de areia no deserto onde estamos, quase mandou pelos ares a oca montada pelos artistas do Opavivará numa ilha artificial bem no meio do resort de luxo que abriga a maior feira de arte do Oriente Médio.

Na tentativa de trazer a brisa de verdade dos cariocas para uma das cidades mais cenográficas do planeta, o coletivo do Rio de Janeiro criou uma esfera de guarda-chuvas um tanto frágil que virou cartão-postal instantâneo desta Art Dubai. Os árabes e expatriados que abarrotam a metrópole mais vistosa da região adoraram, mas precisaram esperar a tempestade passar para se espreguiçar nas cadeiras de praia do lado de dentro.

“Tudo é fake, meio parque temático nesse país. Não tem calçadas, parques, praias públicas”, observa Daniel Toledo, um dos artistas do grupo. “Então pensamos em trazer a relação que a gente tem com a praia, o ato revolucionário do prazer para cá.”

Do ponto de vista comercial, o prazer carioca se traduz na presença recorde de galerias brasileiras -seis no total- e latino-americanas numa feira antes dominada por casas da Ásia e do Oriente Médio. A expansão territorial tem a ver com o olhar do novo diretor da feira, o espanhol Pablo del Val, que vem tentando atrair de volta à região a diáspora árabe que se alastrou pelas Américas.
Leia mais (03/19/2019 – 12h00)